quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Brasil 1950




Durante a década de 1940 não se teve a realização das Copas previstas. A tragédia da Segunda Guerra Mundial mobilizou o mundo para o esforço de guerra e impediu a realização dos certames. A FIFA, entretanto, permaneceu mobilizada e tão logo quanto foi possível tratou de marcar a disputa da IV Copa em um país fora do continente europeu, ainda em reconstrução. A Copa do Mundo de 1950 contou com a participação de 13 países. Trinta e três participaram das eliminatórias. O campeonato ocorreria no Brasil. Para a ocasião, foi construído o Estádio Municipal do Rio de Janeiro, o Maracanã. O Brasil organizou um mundial que só foi superado décadas depois. O Brasil de Zizinho, Barbosa, Bauer e Ademir (que foi artilheiro da Copa) foi brilhante, mas perdeu na final para o Uruguai.





Por causa da Segunda Guerra Mundial, a Copa do Mundo não vinha sendo disputada desde 1938; as Copas do Mundo de 1942 e 1946 foram canceladas. Após a guerra, a FIFA desejava ressuscitar a competição assim que possível, e começaram a planejar a próxima copa. No pós-guerra, a maior parte do continente europeu estava em ruínas. Como resultado, a FIFA teve algumas dificuldades em encontrar algum país interessado em sediar o evento, uma vez que muitos governos acreditavam que o cenário mundial não favorecia uma celebração esportiva, e também era mais importante que os recursos que seriam investidos na Copa do Mundo não fossem extraídos de outras fontes mais urgentes. Por algum tempo, a Copa do Mundo estava em risco de não ser realizada por causa de uma falta de interesse da comunidade internacional, até que o Brasil apresentou uma proposta ao Congresso da FIFA de 1946, se oferecendo a sediar o evento, contanto que o torneio fosse realizado em 1950 (estava originalmente planejado para 1949). Brasil e Alemanha eram os principais candidatos à cancelada Copa do Mundo de 1942; uma vez que tanto os torneios de 1934 e 1938 foram sediados na Europa, historiadores do futebol geralmente concordam que o evento de 1942 provavelmente seria sediado por um país sul-americano. A nova proposta brasileira era muito semelhante a de 1942 e foi rapidamente aceita.

Eliminatórias

Tendo escolhido uma sede segura para o torneio, a FIFA ainda dedicaria algum tempo para convencer os países a mandar suas seleções nacionais para competir. A Itália era de um interesse particular para a entidade: os italianos eram os defensores do título (vencedores em 1938), mas o país estava se reconstruindo após o final da Segunda Guerra, e primeiramente havia um interesse próximo ao nenhum dos italianos se inscreverem. A Azzurra foi finalmente convencida a participar, porém há rumores que a FIFA teve que custear as viagens para que a seleção italiana pudesse viajar até o Brasil.
Enquanto Itália e Áustria, duas equipes bem sucedidas no pré-guerra, não estavam sujeitos a sanções internacionais, o Japão, ainda sob ocupação, e a ocupada e dividida Alemanha ainda não tinham permissão para competir. A região do Sarre, ocupada pelos franceses, foi aceita pela FIFA duas semanas antes da Copa do Mundo, vários meses antes que a federação de futebol da Alemanha Ocidental fosse reinstalada. A Alemanha Oriental ainda demoraria mais para fundar sua associação.
As nações britânicas puderam competir, tendo se reunido à FIFA quatro anos antes, após 17 de auto-exílio. Foi decidido que o 1949-50 Home Championship serviria de eliminatória, com o campeão e vice se classificando. A Inglaterra terminou em primeiro e a Escócia em segundo, mas os escoceses optaram por não participar da Copa. Só o fariam se tivessem conquistado o primeiro posto.
Dois outros times, Turquia e Índia, também desistiram após se classificarem. A Índia não foi pois a FIFA não permitiu que eles jogassem descalços. França e Portugal foram convidados para repor as vagas, mas declinaram. Inicialmente a França concordou em jogar, mas depois reclamou que as partidas de seu grupo compreenderiam uma distância de mais de 3.000 quilômetros. Os franceses disseram aos brasileiros que não sairiam de casa se isto não fosse mudado. A Federação Brasileira recusou e a França desistiu. Sendo assim, ainda que 16 times estivessem originalmente previstos, somente 13 tomaram parte no torneio.

Locais

Seis cidades sediaram o torneio:
  • Belo Horizonte, Estádio Raimundo Sampaio (Independência)
  • Curitiba, Estádio Durival Britto e Silva (Vila Capanema)
  • Porto Alegre, Estádio dos Eucaliptos
  • Recife, Estádio Adelmar da Costa Carvalho (Estádio Ilha do Retiro)
  • Rio de Janeiro, Estádio Jornalista Mário Filho (Estádio do Maracanã)
  • São Paulo, Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho (Estádio do Pacaembu)

Árbitros


Europa
  • Flag of Austria.svg Alois Beranek
  • Flag of Scotland.svg George Mitchell
  • Flag of Spain.svg Jose Garcia Carrion
  • Flag of Spain.svg Ramon Roma Azon
  • Flag of France.svg Charles de La Salle
  • Bandeira do País de Gales Benjamin Griffiths
  • Bandeira dos Países Baixos Karel van der Meer
  • Bandeira da Inglaterra Arthur Edward Ellis
  • Bandeira da Inglaterra George Reader
  • Bandeira da Inglaterra Reginald Leafe
  • Flag of Italy.svg Generoso Dattillo
  • Flag of Italy.svg Giovanni Galeati
  • Flag of SFR Yugoslavia.svg Leo Lemesic
  • Bandeira de Portugal José da Costa
  • Flag of Sweden.svg Gunnar Dahlner
  • Flag of Sweden.svg Ivan Eklind
  • Bandeira da Suiça Jean Lutz
Américas
  • Flag of Bolivia.svg Alfredo Alvarez
  • Bandeira do Brasil Alberto da Gama Malcher
  • Bandeira do Brasil Mario Gardelli
  • Bandeira do Brasil Mario Gonçalves Viana
  • Flag of Chile.svg Sergio Bustamante
  • Flag of the United States.svg Prudencio Garcia
  • Flag of Mexico.svg Estevez Texada
  • Flag of Paraguay.svg Cayetano de Nicola
  • Flag of Paraguay.svg Mario Ruben Heyen
  • Flag of Uruguay.svg Esteban Marino

A competição

Na 1ª fase, o Brasil venceu por 4 a 0 o México, empatou em 2 a 2 com a Suíça (neste jogo o Brasil atuou com jogadores paulistas, pois o jogo foi no Pacaembu o único fora do Maracanã, desfigurando a seleção) e venceu a Iugoslávia por 2 a 0.
Uma das grandes decepções foi a Inglaterra, que perdeu por 1 a 0 para os Estados Unidos, numa das maiores zebras de todos os tempos. No seu grupo a classificada foi a Espanha, "a fúria", que venceu a Inglaterra por 1 a 0, o Chile por 2 a 0 e os EUA por 3 a 1. O Uruguai só enfrentou a Bolívia em Recife e goleou 8 a 0. A Itália, bicampeã mundial, também caiu na 1ª fase, mas o time não era nem sombra de antes devido ao trágico acidente aéreo que vitimou o time inteiro do Torino, base da Squadra Azurra. Os classificados foram os suecos, que ganharam da Itália por 3 a 2 e empataram com o Paraguai em 2 x 2, garantindo passagem para a fase seguinte. Na final, um quadrangular inédito e único em copas: Brasil, Suécia, Espanha e Uruguai.
Brasil 7 a 1 na Suécia e Brasil 6 a 1 na Espanha garantiram ao Brasil uma boa vantagem frente ao Uruguai. Em 16 de julho diante de um público de 199.954 pessoas (alguns estimam cerca de 205 000 espectadores) no Maracanã, o Brasil precisava apenas empatar com o Uruguai e o troféu seria dos donos da casa. Após vitórias esmagadoras contra Espanha e Suécia, parecia certo que os brasileiros fossem ganhar o título, especialmente quando Friaça abriu o placar aos dois minutos do segundo tempo. Porém o Uruguai empatou com Juan Alberto Schiaffino e, com 11 minutos faltando para o final da partida, virou o jogo com um gol de Alcides Ghiggia, tornando-se campeões mundiais pela segunda vez.

Maracanaço

O jogo final é conhecido como maracanaço, derivada uma expressão latina usada pelos adversários para provocar os brasileiros.
O silêncio tomou conta do Maracanã às 16 horas e 50 minutos do dia 16 de julho. O Brasil precisava de um empate. Saiu ganhando e perdeu por 2 a 1. Desolados, os quase 200 mil torcedores demoraram mais de meia hora para deixar o estádio. O time brasileiro fez trinta lances a gol (dezessete no primeiro tempo e treze no segundo). Os jogadores cometeram quase o dobro de faltas, um total de 21, contra apenas onze do Uruguai.
O presidente da FIFA, Jules Rimet, conta um caso curioso no seu livro La historie merveilleuse de la Cope du Monde:"Ao término do jogo, eu deveria entregar a Copa ao capitão do time vencedor. Uma vistosa guarda de honra se formaria desde a entrada do campo até o centro do gramado, onde estaria me esperando, alinhada, a equipe vencedora (naturalmente, a do Brasil). Depois que o público houvesse cantado o hino nacional, eu teria procedido a solene entrega do troféu. Faltando poucos minutos para terminar a partida (estava 1 a 1 e ao Brasil bastava apenas o empate), deixei meu lugar na tribuna de honra e, já preparando os microfones, me dirigi aos vestiários, ensurdecido com a gritaria da multidão".
Aconselhado a descer devagar a escada até o vestiário, Jules Rimet ia acompanhado por delegados da FIFA, dirigentes brasileiros e guardas armados com a missão de proteger a taça de ouro.
"Eu seguia pelo túnel, em direção ao campo. A saída do túnel, um silêncio desolador havia tomado o lugar de todo aquele júbilo. Não havia guarda de honra, nem hino nacional, nem entrega solene. Achei-me sozinho, no meio da multidão, empurrado para todos os lados, com a Copa debaixo do braço"
Jules Rimet não conseguiu entregar a taça e decidiu se retirar. Mas logo depois voltou e Obdulio Varela recebeu a taça. Rimet disse: "Estou feliz pela vitória que vocês acabam de conquistar. Cheia de mérito, sobretudo por ter sido inesperada. Com minhas felicitações".
Na tentativa de encontrar um culpado para a derrota do Brasil, os supersticiosos de plantão culparam a troca do local de concentração na véspera da final. O Brasil trocou a concentração de Joá pelo estádio do Vasco da Gama em São Januário. Outros culpam Flávio Costa pelas 2 horas de missa na manhã do jogo impostas pelo treinador aos jogadores, que rezaram de pé.

Fase Inicial

Grupo 1

TimePtsJVEDGFGSSG
Brasil Brasil53210826
Flag of SFR Yugoslavia.svg Iugoslávia43201734
Flag of Switzerland.svg Suíça3311146-2
Flag of Mexico.svg México03003210-8
24 de junho de 1950
15:00
Brasil Brasil4–0Flag of Mexico.svg MéxicoRio de Janeiro, Estádio Jornalista Mário Filho
Árbitro: Reader (Flag of England.svgInglaterra)
Público: +81 000
Ademir 31', 79'
Jair 65'
Baltazar 71'

25 de junho de 1950
18:00
Flag of SFR Yugoslavia.svg Iugoslávia3–0Flag of Switzerland.svg SuíçaBelo Horizonte, Estádio Raimundo Sampaio
Árbitro: Galeati (Flag of Italy.svgItália)
Público: ~8 000
Mitić 60'
Tomašević 70'
Ognjanov 76'

28 de Junho de 1950
15:00
Brasil Brasil2–2Flag of Switzerland.svg SuíçaSão Paulo, Estádio do Pacaembu
Árbitro: Azon (Flag of Spain under Franco.svgEspanha)
Público: +42 000
Alfredo 3'
Baltazar 43'
Patton 17', 88'

28 de junho de 1950
18:15
Flag of Mexico.svg México1–4Flag of SFR Yugoslavia.svg IugosláviaPorto Alegre, Estádio dos Eucaliptos
Árbitro: Leafe (Flag of England.svgInglaterra)
Público: +11 000
Ortiz 89' penBobek 20'
Z. Čajkovski 23', 51'
Tomašević 80'

1º de julho de 1950
15:00
Brasil Brasil2–0Flag of SFR Yugoslavia.svg IugosláviaRio de Janeiro, Estádio do Maracanã
Árbitro: Griffiths (Flag of Wales 2.svgPaís de Gales)
Público: +142 000
Ademir 4'
Zizinho 89'

2 de julho de 1950
15:40
Flag of Mexico.svg México1–2Flag of Switzerland.svg SuíçaPorto Alegre, Estádio dos Eucaliptos
Árbitro: Eklind (Flag of Sweden.svgSuécia)
Público: +3 500
Casarín 89'Bader 10'
Antenen 44'

Grupo 2

TimePtsJVEDGFGSSG
Flag of Spain under Franco.svg Espanha63300615
Flag of England.svg Inglaterra23102220
Flag of Chile.svg Chile2310256-1
Flag of the United States.svg Estados Unidos2310248-4
25 de junho de 1950
15:00
Flag of England.svg Inglaterra2–0Flag of Chile.svg ChileRio de Janeiro, Estádio do Maracanã
Arbitro: van der Meer (Países Baixos Países Baixos)
Público: +30 000
Mortensen 27'
Mannion 51'

25 de junho de 1950
15:00
Flag of Spain under Franco.svg Espanha3–1Flag of the United States.svg Estados UnidosCuritiba, Estádio Durival de Britto
Arbitro: Vianna (BrasilBrasil)
Público: +9 000
Basora 75', 78'
Zarra 85'
J. Souza 17'

29 de Junho de 1950
15:00
Flag of Spain under Franco.svg Espanha2–0Flag of Chile.svg ChileRio de Janeiro, Estádio do Maracanã
Arbitro: Malcher (BrasilBrasil)
Público: ~20 000
Basora 17'
Zarra 30'

29 de junho de 1950
18:00
Flag of the United States.svg Estados Unidos1–0Flag of England.svg InglaterraBelo Horizonte, Estádio Independência
Arbitro: Datillo (Flag of Italy.svg Itália)
Público: +10 000
Gaetjens 38'

2 de julho de 1950
15:00
Flag of Spain under Franco.svg Espanha1–0Flag of England.svg InglaterraRio de Janeiro, Estádio do Maracanã
Arbitro: Galeati (Flag of Italy.svgItália)
Público: +74 000
Zarra 48'

2 de julho de 1950
18:00
Flag of Chile.svg Chile5–2Flag of the United States.svg Estados UnidosRecife, Estádio Ilha do Retiro
Arbitro: Gardelli (BrasilBrasil)
Público: ~8 000
Robledo 16'
Riera 32'
Cremaschi 54', 82'
Prieto 60'
Wallace 47'
J. Souza 48' pen

Grupo 3

TimePtsJVEDGFGSSG
Flag of Sweden.svg Suécia32110541
Flag of Italy.svg Itália22101431
Flag of Paraguay.svg Paraguai1201124-2
25 de junho de 1950
15:00
Flag of Sweden.svg Suécia3–2Flag of Italy.svg ItáliaSão Paulo, Estádio do Pacaembu
Arbitro: Lutz (Flag of Switzerland.svgSuíça)
Público: +50 000
Jeppsson 25', 68'
Andersson 33'
Carapellese 7'
Muccinelli 75'

28 de junho de 1950
15:30
Flag of Sweden.svg Suécia2–2Flag of Paraguay.svg ParaguaiCuritiba, Estádio Durival de Britto
Arbitro: Mitchell (Flag of Scotland.svgEscócia)
Público: 7.903
Sundqvist 24'
Palmer 26'
A. López 32'
C. López 89'

2 de julho de 1950
15:00
Flag of Italy.svg Itália2–0Flag of Paraguay.svg ParaguaiSão Paulo, Estádio do Pacaembu
Arbitro: Ellis (Flag of England.svgInglaterra)
Público: ~26 000
Carapellese 12'
Egisto Pandolfini 62'
  • Flag of India.svg Índia desistiu

Grupo 4

TimePtsJVEDGFGSSG
Flag of Uruguay.svg Uruguai21100808
Flag of Bolivia.svg Bolívia0100108-8
2 de julho de 1950
18:00
Flag of Uruguay.svg Uruguai8–0Flag of Bolivia.svg BolíviaBelo Horizonte, Estádio Independência
Arbitro: Reader (Flag of England.svgInglaterra)
Público: ~5 000
Míguez 14', 45', 56'
Vidal 18'
Schiaffino 23', 59'
Pérez 73'
Ghiggia 83'
  • Flag of Turkey.svg Turquia e Flag of Scotland.svg Escócia desistiram.
  • Flag of Portugal.svg Portugal e Bandeira da França França desistiram.

Rodada Final

TimePtsJVEDGFGSSG
Flag of Uruguay.svg Uruguai53210752
Brasil Brasil4320114410
Flag of Sweden.svg Suécia23102611-5
Flag of Spain under Franco.svg Espanha13012411-7
9 de julho de 1950
15:00
Brasil Brasil7–1Flag of Sweden.svg SuéciaRio de Janeiro, Estádio do Maracanã
Arbitro: Eliis (Flag of England.svgInglaterra)
Público: +138 000
Ademir 17', 36', 52', 58'
Chico 39', 88'
Maneca 85'
Andersson 67' pen

9 de julho de 1950
15:00
Flag of Uruguay.svg Uruguai2–2Flag of Spain under Franco.svg EspanhaSão Paulo, Estádio do Pacaembu
Arbitro: Griffths (Flag of Wales 2.svgPaís de Gales)
Público: +44 000
Ghiggia 29'
Varela 73'
Basora 32', 39'

13 de julho de 1950
15:00
Brasil Brasil6–1Flag of Spain under Franco.svg EspanhaRio de Janeiro, Estádio do Maracanã
Arbitro: Leafe (Países BaixosPaíses Baixos)
Público: +152 000
Ademir 15', 57'
Jair 21'
Chico 31', 55'
Zizinho 67'
Silvestre 71'

13 de julho de 1950
15:00
Flag of Uruguay.svg Uruguai3–2Flag of Sweden.svg SuéciaSão Paulo, Estádio do Pacaembu
Arbitro: Galeati (Flag of Italy.svgItália)
Público: +8 000
Ghiggia 39'
Míguez 77', 85'
Palmer 5'
Sundqvist 40'

16 de julho de 1950
15:00
Flag of Sweden.svg Suécia3–1Flag of Spain under Franco.svg EspanhaSão Paulo, Estádio do Pacaembu
Arbitro: van der Meer (Países Baixos Países Baixos)
Público: ~18 000
Sundqvist 15'
Mellberg 33'
Palmer 80'
Zarra 82'

16 de julho de 1950
15:00
Flag of Uruguay.svg Uruguai2–1Brasil BrasilRio de Janeiro, Estádio do Maracanã
Árbitro: George Reader (Flag of England.svgInglaterra)
Público: 199,854
Schiaffino 66'
Ghiggia 79'
Friaça 47'
Cores do TimeCores do TimeCores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Uruguai
Cores do TimeCores do TimeCores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Brasil

Vencedor

Campeão da Copa do Mundo FIFA de 1950
Flag of Uruguay.svg
Uruguai
Segundo Título

Curiosidades

  • Brasil 7 x 1 Suécia e Brasil 6 x 1 Espanha foram as duas maiores goleadas da seleção em Copas.
  • O iugoslavo Rajko Mitić bateu a cabeça em uma viga do vestiário minutos antes do jogo contra o Brasil. O atacante foi obrigado a entrar em campo com atraso. Azar da Iugoslávia. Enquanto Mitić ainda estava no vestiário para receber seu curativo, o Brasil fez 1 x 0.
  • Durante a Segunda Guerra Mundial, Jules Rimet transferiu a sede da Fifa de Paris para Zurique como forma de evitar a influência nazista. Falava-se que havia um plano de Hitler para levar a entidade a Berlim.
  • Várias seleções desistiram de participar da Copa, como França, Turquia, Portugal, Escócia e até Índia e Birmânia. Em geral, os países se sentiram desencorajados pelo custo da viagem até o Brasil. Mas o caso da Escócia foi raro. Superados pelos ingleses nas Eliminatórias, os escoceses achavam que não havia motivos para disputar um torneio no qual participaria a Inglaterra.
  • Com a não-participação da França, Bélgica e Romênia, que haviam participado de todas as Copas anteriores, o Brasil se tornou o único país do mundo a enviar sua seleção a todas as edições do Mundial, marca que dura até os dias atuais.
  • A vitória da seleção amadora dos Estados Unidos sobre a Inglaterra é considerada a maior zebra da história das Copas. Inventores do esporte, os ingleses participavam pela primeira vez de um Mundial e chegaram ao Brasil como favoritos ao título. Enquanto isso, os norte-americanos tinham uma equipe amadora, formada por imigrantes. O autor do gol foi Gaetjens, nascido no Haiti. Em 2005, foi lançado um filme sobre a partida, Duelo de Campeões.
  • Enquanto o Brasil goleava a Espanha, o público cantava a marchinha "Touradas de Madri", composta por João de Barro, o Braguinha, em 1938.
  • Enquanto jogavam Brasil e Espanha no Maracanã, no Pacaembu em São Paulo, jogavam Suécia e Uruguai. O empate em 2-2 daria por antecipação o título ao Brasil, já que este goleava a Espanha por 6-1. Mas aos 40 minutos do segundo tempo (85' no tempo corrido), Ghiggia fez o gol que deu a vitória ao Uruguai, e tirando o título por antecipação do Brasil.
  • Curiosamente, o gol que Ghiggia marcou contra a Suécia foi originada de uma jogada na direita, onde ele ganhou na corrida do lateral-esquerdo sueco, chutando na saída do goleiro. De um jeito semelhante, ele fez o gol do título na final contra o Brasil no Maracanã, quatro dias depois.
  • Cerca de 200 mil pessoas (cerca de 10% da população carioca na época) foram ao Maracanã para ver a decisão contra o Uruguai. Seria o maior público da história do futebol se não houvesse "apenas" 173.850 pagantes. Com isso, Brasil x Paraguai das Eliminatórias para a Copa de 1970, com 183.341, é o maior público oficial do futebol.
  • Jornais da época dizem que a torcida, após a virada uruguaia, continuou incentivando a seleção brasileira, o que vai contra a lenda de que o Maracanã se silenciou nos minutos finais.
  • A Itália tentou defender seu título com uma equipe fraca devido ao desastre de Superga, acidente aéreo que matou todo o time do Torino (base da Azzurra) em 1949.
  • Existe uma lenda no Maracanã que, devido a quantidade de pessoas na final (200.000 presentes), as pessoas tinham que ficar em pé e de lado para que coubesse todos no estádio.

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